O bem-estar pelas plantas


A maioria das grandes descobertas acontecem por acaso.

Também o uso das plantas com fins terapêuticos aconteceu por acaso. Com a prática, o ser humano começou a perceber quais as plantas que podia ingerir para determinadas patologias e quais as que devia evitar.

Mesmo sem grandes estudos sobre as plantas, as nossas bisavós, avós, pais e até nós recorremos frequentemente aos “chás” de plantas para aliviar determinados sintomas que causam mal-estar físico ou mental.

Quando falamos em chás, referimo-nos, normalmente, a infusões. Na realidade, o chá, propriamente dito, é uma infusão da árvore-do-chá (camellia sinensis) e do tratamento de secagem das suas folhas obtêm-se os conhecidos chá verde e chá preto, com propriedades diferentes. Este último foi o chá introduzido em Portugal após a descoberta do Oriente. A bebida teve um sucesso tal que a palavra chá passou a designar, popularmente, qualquer bebida de plantas.

Para além das populares infusões, as plantas podem ser usadas em emplastros, óleos, pós, decocções, comprimidos, extractos, unguentos, tinturas, tabletes, grânulos, ingeridas ao natural ou cozinhadas.

Na fitoterapia ocidental, o uso mais comum é a infusão de uma planta ou de duas plantas. Na fitoterapia oriental recorre-se à combinação de várias plantas que, tendo em conta as suas características energéticas, constituem fórmulas com objectivos energéticos muito precisos que vão de encontro às necessidades de cada paciente.

Estas fórmulas são normalmente prescritas na forma de decocção ou comprimidos.

A decocção tem a vantagem de se poder alterar uma planta para intensificar o combate a um sintoma particular, mas tem como inconveniente o sabor desagradável e a necessidade de confecção.

O comprimido, normalmente em cápsulas, tem a seu favor a facilidade do transporte e de ingestão, mas não pode ser alterada. Para ultrapassar este inconveniente, o Especialista de Medicina Tradicional Chinesa recorre, normalmente, a duas fórmulas simultâneas se não houver uma específica para o caso em questão.

A fitoterapia oriental é muito importante na evolução das patologias e serve de complemento à acupunctura, que no Ocidente é feita normalmente uma vez por semana. A fitoterapia é um tratamento diário.

A fitoterapia oriental deve ser aconselhada por um terapeuta especializado que deve acompanhar a evolução do caso, para se certificar das alterações energéticas e alterar o processo quando achar necessário.

Autor

Manuel João Pinheiro, ESMTC.