O cancro é um dos desequilíbrios patológicos mais temidos nos dias que correm. Se há casos em que a sua evolução é silenciosa, outros há em que os sintomas são realmente difíceis de suportar. Saiba que esforços fazem a medicina convencional e a Medicina Tradicional Chinesa no árduo trabalho em busca da preservação da saúde.
O que é?
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), em geral, não existem conceitos de doenças definíveis como entidades de direito próprio e autónomo, tal como o “cancro”. Há sim a noção da existência de desequilíbrio energético, quer em termos de circulação da energia e do sangue, quer em termos de Yin e Yang.
Paralelamente, a procura do restabelecimento da saúde não depende nem é consequente ao factor conceptual e analítico da causa da doença, incidindo antes no restabelecimento energético e funcional da pessoa, em harmonia com o todo.
Quais as causas?
Os factores que podem causar o cancro podem ser: vírus, produtos químicos, radiações, alimentação e factores ambientais, nos quais se inclui qualquer tipo de agressão vinda do exterior. A sua origem é, fundamentalmente, psicossomática devido aos bloqueios e desequilíbrios desencadeados pelas emoções.
Se se verifica predisposição constitucional, portanto genética, ou susceptibilidade para um estado patológico, é porque, num dado tempo e espaço, estas três condições (origem psicossomática, alimentação e factores ambientais), afectaram os progenitores.
Um bloqueio à circulação energética nos meridianos naturais do corpo cria condições para a acumulação de debilidade no órgão atingindo (consoante o tipo de emoção), a qual se manifestará ao longo do sistema de meridianos, afectando por consequência as funções de resistência a factores patológicos, os quais poderão ser causa fisiológica de enfermidades, entre as quais o cancro.
Quais os sintomas do cancro?
No homem os tipos de cancro mais frequentes são:
Como se diagnostica?
Na medicina convencional, o diagnóstico do cancro é feito após a análise dos sintomas e através de procedimentos de confirmação do mesmo, através de exames auxiliares de diagnóstico.
O rastreio é feito através de métodos e procedimentos, tais como a mamografia que visam a identificação do cancro no seu estado inicial, bem como a confirmação do mesmo quando tudo indica para que já esteja instalado.
Na MTC, o diagnóstico é realizado com base nos oito princípios: yin – yang, vazio – plenitude, interno – externo, frio – calor. Tem-se também em conta o Qi correcto e o Qi perverso, a localização patológica e a natureza da patologia.
Formas de tratamento
No tratamento convencional do cancro, recorre-se:
• À cirurgia: cisão definitiva de uma via energética.
• À radioterapia: neo-trajectos aleatórios de energia destrutiva, i.e., radiações ionizantes e radioisótopos. Tratamento por via de radiação direccionada para a área do corpo onde se aloja o tumor para eliminar as células cancerígenas e parar a sua multiplicação. Funciona, por vezes, como um complemento à cirurgia para eliminar células malignas que resistiram à intervenção.
• À quimioterapia: uso de medicamentos anti-cancro por via oral (através de comprimidos), por via endovenosa (com soros) ou através de injecções intramusculares (mais raramente). Os fármacos entram na corrente sanguínea e actuam nas células cancerígenas que se desenvolvem em órgãos difíceis de alcançar, visando a sua destruição. Possui um efeito tóxico e cancerígeno. Efeitos secundários: diarreia; náuseas e vómitos; perda de apetite; falta de ar; inflamação bocal; maior vulnerabilidade a infecções; fadiga; queda de cabelo.
• À hormonoterapia: o objectivo é a supressão ou o aumento dos níveis de hormonas de acordo com o que é mais eficaz para controlar o tumor maligno (Ex. cancro da mama e próstata dependem de hormonas para se desenvolverem). Recorre-se ainda à imunoterapia.
Qualquer uma destas é utilizada com a intenção de combater as células cancerígenas e de melhorar e prolongar o tempo de vida do doente; contudo são técnicas que afectam indiscriminadamente não só as células malignas como também as células saudáveis, o que provoca desgaste e afecção, tanto a nível físico como a nível energético.
A Medicina Tradicional Chinesa preocupa-se não só em descobrir a causa da doença, mas também em saber o que mantém a saúde. E a saúde é mantida com uma boa circulação da energia e com um equilíbrio da energia Yin e Yang.Pela terapêutica tradicional oriental, e chinesa, especificamente, a ênfase e a prioridade são dadas ao desbloqueio e recondução da energia. É nesta perspectiva que a contribuição do Qigong (“arte de manipular com êxito a energia”) se manifesta como processo essencial ou, então, complementar aos restantes procedimentos tradicionais de: acupunctura, fitoterapia, massagem e dietética (técnicas da MTC que promovem o reequilibro energético do corpo).
• O Qigong “Chigong”: é um método de autogestão de saúde, que vem sendo praticado desde 3.000 a.C. na China. Consiste numa variedade de técnicas que incluem a respiração, o exercício dos músculos externos e dos internos que se podem controlar, com a finalidade de melhorar a operação dos diversos sistemas orgânicos.
Tem por efeitos, a dragagem dos canais energéticos, a fluidez do Qi (energia), o equilíbrio do Yin e do Yang, dos órgãos e das vísceras, a optimização do metabolismo celular, o estabelecimento da mente num estado de equanimidade. O tratamento prolonga-se até às origens da enfermidade, ou seja, até à dissipação dos conflitos emocionais e, mais profundamente ainda, até à reformulação das estruturas conceptuais.
Formas de prevenção do cancro
• Evite o tabaco.
• Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
• Evite o estilo de vida sedentário. Pratique um desporto do seu agrado.
• Sugerimos que experimente o Qigong (chikung) ou Tai Chi, pois proporcionar-lhe-á momentos de descontracção, longe dos problemas do quotidiano e um desbloqueio de Qi (energia), sangue e fluidos corporais, evitando ou tratando deste modo as mais variadas patologias.
É uma excelente forma de se abstrair, mesmo que por instantes, de qualquer preocupação.
Nota1: Alguns dos grandes mestres destas artes, foram antes pessoas muito doentes e que com a prática conseguiram superar as doenças que os afectavam, manter e prolongar a sua saúde.
• Modere o consumo de alimentos gordos.
• Evite a exposição prolongada ao Sol e a lâmpadas ultravioletas.
• Insira uma boa quantidade de fibras na sua alimentação.
Nota2: para quem possui antecedentes familiares com cancro, todos estes cuidados devem ser reforçados.
Quando procurar aconselhamento especializado
Quando os sintomas anteriormente descritos se fizerem sentir de uma forma intensa e frequente.
Pessoas mais predispostas
Mulheres:
• Cancro da pele: exposição excessiva ao Sol (queimaduras cutâneas) e a lâmpadas ultravioletas, pele clara e dificuldade em se bronzear, cabelo ruivo ou louro, olhos azuis ou esverdeados, tendência para formar sardas ou muitos sinais no corpo, antecedentes familiares, mulheres com mais de 50 anos.
• Cancro da mama: idade superior a 50 anos, antecedentes familiares, mulheres que já sofreram de cancro da mama, mulheres com período fértil longo (menstruação antes dos 12 e menopausa após os 54), ausência de filhos ou primeira gravidez depois dos 35 anos, mães sem amamentação, má nutrição, ingestão de álcool, obesidade.
• Cancro do pulmão: fumadores – o tabaco é responsável por oito em cada 10 casos de cancro no pulmão. O tempo que tem como fumador e a quantidade de tabaco que consome aumentam proporcionalmente o risco de contrair cancro; a marijuana tem níveis de alcatrão mais elevados que os cigarros convencionais. Antecedentes familiares, tuberculose, indivíduos que sofreram de doenças que deixam lesões nos pulmões que podem desenvolver-se para cancro, exposição ao amianto e minérios (mineiros), concentração de radão (gás radioactivo com origem no urânio. Invisível, sem cheiro e sem sabor), alimentação fraca em frutas e vegetais.
• Cancro do colo do útero: antecedentes cancerígenos, tratamentos por radiação contra outros tipos de cancro, que podem ter danificado o ADN das células, principalmente na zona pélvica. Nesta situação, o diagnóstico surge cinco a 25 anos depois da exposição à radiação, mulheres com mais de 50 anos – mais vulgar entre a meia-idade mas, podem surgir tumores em idade mais jovem, obesidade, diabéticos, menstruação antes dos 12 anos e menopausa depois dos 52 anos.
• Cancro do sangue: exposição a radiações e a campos electromagnéticos de elevada tensão, exposição prolongada a certas substâncias químicas (ex. benzeno – composto químico que contém apenas carbonos e hidrogénios na sua estrutura), perturbações genéticas (síndrome de Down), tratamento prévio com certos medicamentos anti-cancerosos.
• Cancro dos ossos: crescimento muito rápido, exposição excessiva a radiações (radiografias), doença de Paget (crescimento ósseo excessivo).
Homens:
• Cancro do estômago: indivíduos com má alimentação (carne e peixe salgados, poucas fibras e vegetais), fumadores, consumidores regulares de álcool, antecedentes de intervenções cirúrgicas para resolver problemas estomacais (úlceras), indivíduos com mais de 50 anos (maioria dos diagnósticos entre os 60 e 70 anos), grupo sanguíneo A (por razões desconhecidas), hereditariedade, antecedentes cancerígenos.
• Cancro do fígado: hepatite B – o vírus da hepatite B produz uma infecção crónica do fígado que pode evoluir para uma cirrose hepática.
Hepatite C – o vírus da hepatite C é transmitido através de transfusões sanguíneas e, menos frequentemente, através do contacto sexual. Causa uma inflamação crónica do fígado, 20 a 30 anos após a exposição ao agente infeccioso.Cirrose – 60 a 80% dos doentes com cancro no fígado têm cirrose subjacente e cerca de 4% de cirróticos desenvolvem tumores malignos.
• Cancro da próstata: idade – o risco de cancro na próstata aumenta com o avançar da idade; indivíduos afro-americanos (por razão desconhecida).
É mais frequente na América do Norte e Noroeste da Europa, sendo quase inexistente na Ásia, África, América Central e do Sul, alimentação rica em gorduras, ausência de actividade física regular, hereditariedade (antecedentes familiares próximos com este tumor).
• Cancro do cólon e recto: indivíduos após os 40 anos, hereditariedade, antecedentes de cancro colonrectal (lesões anómalas podem surgir noutras partes do cólon e do recto), indivíduos com pólipos do cólon, homens que sofram de doenças inflamatórias dos intestinos, obesos, fumadores (quem fuma é 30 a 40% mais provável que morra de cancro colo rectal que os não fumadores), estilo de vida sedentário, alimentação rica em gorduras de origem animal e pobre em fibras.
• Cancro da bexiga: idosos entre os 60 e os 79 anos, exposição a substâncias de grande potencial cancerígeno (tintas, corantes, alcatrão, vernizes) usados na indústria de borracha, metalúrgica, cabedal e têxtil, fumadores – o tabaco aumenta duas a três vezes o risco, inflamação e infecção crónicas.
• Cancro nos testículos: antecedentes familiares, exposição ao cádmio ou outros metais/substâncias químicas.
Autor: Diana Pinheiro e Manuel João Pinheiro (Especialistas de Medicina Tradicional Chinesa ESMTC)