Açúcar mascavado em MTC


Desde meados do século XV que se distinguem diversos produtos derivados do açúcar, sobre os quais pendiam os impostos. Saiba mais sobre o açúcar mascavado em particular.

O que é
O açúcar mascavado é o açúcar que não foi refinado. Este açúcar é exportado pela Pitafa, que agrupa várias centenas de pequenos camponeses da Ilha de Panay. O açúcar branco, que é refinado, não contém nutrientes para além da sacarose. O açúcar mascavado é elogiado como sendo uma fonte essencial de nutrientes.

Propriedades
Em relação ao valor calórico, todos os açúcares são muito ricos e, quanto mais refinados forem menor valor nutritivo contêm do ponto de vista de sais minerais, vitaminas, proteínas e gorduras. É devido a estes fatores (elevado valor calórico e baixo teor nutritivo), que a presença destes nos alimentos pode desequilibrar a alimentação diária com as consequências que daí advêm (diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, cáries).

Em que situações deve ser utilizado
O açúcar mascavado é usado para realçar o sabor dos alimentos. É uma excelente fonte de açúcar; durante a digestão, os açúcares são metabolizados dando origem á glucose, que depois é libertada para a corrente sanguínea e transportada por todo o organismo, como combustível para as células, órgãos e músculos. É supressor do apetite pelo que não deve ser dado às crianças, especialmente entre as refeições. Boas fontes de açúcar, em quantidades ótimas e não excessivas, são os legumes e a fruta.

Como se utiliza
O açúcar mais consumido entre nós é o açúcar branco, refinado, sendo muito usado na preparação de doces e compotas. Alguns doces tradicionais pedem o açúcar mascavo ou a rapadura, derivados do caldo da cana, sem sofrerem refinação.
Imigrantes de várias nações europeias foram contribuindo para a variedade da confeitaria como as mousses, os sorvetes, as bavaroises, charlottes, os suguli, os crustoli, os apfellstrudels, e tantas outras delícias.
Com açúcar podemos fazer, bolos, tortas, biscoitos geleias, compotas, doces de massa, pudins, gelados, gelatinas, glacés.

Modo e quantidade de administração
Para gestantes ou não, deve utilizar o açúcar em quantidades moderadas, (10-20 g/dia, ou seja até dois pacotes) se não sofrer de qualquer patologia específica e não for obeso. Se gostar de um adoçante aromático e mais natural, dê preferência ao açúcar mascavado ou ao açúcar com melaço (não refinados) e ao mel.
Se pretender manter “a linha”, se for diabético, se o seu nível de triglicéridos for elevado ou se quiser evitar cáries, utilize um adoçante como substituto do açúcar. Para além disto e, se for o caso, é importante não estimular nas crianças o gosto pelos açúcares, evitando as guloseimas e refrigerantes, entre outros, para além de alguma sobremesa doce após as refeições.

Como se conserva
Qualquer que seja a variedades do açúcar esta deve ser conservada em embalagens de papel especialmente preparado para as mesmas e longe da humidade.

Classificação na medicina tradicional chinesa
É de natureza morna e de sabor doce.

Meridianos onde atua
Fígado, Baço-pâncreas, Estômago, Pulmão.

Nomes vulgares
Açúcar mascavado, mascobado.

Nome botânico
Diatraba saccharalis

Outra informação sobre o medicamento
Na Ilha da Madeira obtinham-se três espécies de açúcar: o açúcar “macho”, branquíssimo, duro e semelhante ao cristal, a que também se dava o nome de “candi”. O açúcar “fêmea”, mais brando e doce, e o açúcar “mascavado”, mais amarelo, húmido, menos doce e portanto mais barato.
Para além do açúcar, também o mel pode ser refinado. Sabe-se que em 1486 os mestres de açúcar refinavam o mel para fazerem confeitos e conservas. A doçaria conventual fazia uso do mel, como se pode constatar dos livros de receita e despesa do Convento da Encarnação e do Recolhimento do Bom Jesus. Também a Misericórdia do Funchal adquiria-o para o consumo do seu hospital.

Fonte
“Alimentos bons, alimentos perigosos” – Tom Sanders – Selecções do Reader’s Digest.

Autor
Diana Pinheiro e Manuel João Pinheiro, Especialistas de Medicina Tradicional Chinesa, ESMTC