Chikung | Outono em Pequim


O chikung (qigong) regula e melhora a função dos músculos e dos órgãos.

A sua prática deve ser regular de modo a fortalecer o corpo e permitir um equilíbrio da mente e do espírito. Deixe-se envolver por esta ginástica energética e sinta-se bem.

Em 1988 realizou-se em Pequim a 1ª Conferência mundial de qigong (termo que designa exercícios de ginástica energética chinesa. A leitura é chicungue) terapêutico. Cento e vinte e oito palestras revelam resultados de investigações sistemáticas. As demonstrações são convincentes: o qigong revela-se eficaz.

Cá fora, diariamente, nos parques e jardins, uma demonstração não menos esmagadora: hoje, 250 milhões de chineses para aí se dirigem, para praticar o sistema de qigong seu preferido.
Expressões serenas, concentradas, acompanham com gestos suaves os ritmos da brisa que sopra, de manhã, por entre as árvores. Uma experiência nova, com menos de 20 anos, para a maior parte dos chineses.

Depois da liberalização do regime, a partir de meados dos anos 70, as “grandes massas populares” transformam-se em milhões de descobridores individuais do tesouro do qigong, até então guardado em segredo por algumas famílias, por alguns monges e… pelos guardas do regime.

“A prática de qigong regula e melhora a função dos músculos, canais energéticos, órgãos, vísceras, circulação de sangue e sistema nervoso. Fortalece o corpo, permitindo um equilíbrio da mente e do espírito”.

Estas palavras são de Huang Xiaokuan, jovem oficial do exército chinês, que às suas funções militares soma as de mestre de qigong no hospital governamental de Jing Hxua.
A seu cargo, entre muitos pacientes, está um jovem japonês. Paraplégico, não encontrando cura no seu país, deslocou-se para Pequim. A sua prosperidade permitiu-lhe deslocar-se até junto da cidade imperial, para, num hospital de tipo ocidental e linhas modernas, procurar a salvação por meio de um sistema de transmissão de energia, criado há mais de três mil anos. Huang Xiaokuan não garante a recuperação do jovem japonês, mas, amistosamente, todos os dias, segundo os métodos milenares, transmite-lhe a energia de que ele é carente.

O qigong permite ligar o Homem ao Céu e à Terra. “No qigong existem movimentos tensos e suaves. Mas a moral é mais importante do que os gestos e os movimentos”. “O qigong serve para vários fins: manter a forma, recuperar a saúde, desenvolver a inteligência, prolongar a vida. A sua prática deve ser persistente. Os professores apenas ensinam: a aprendizagem depende de cada um.” Com estas breves palavras Huang Xiaokuan inicia mais um curso de qigong. Mais adiante acrescenta: “O qi (energia vital) é material. A tecnologia moderna provou que o qi existe objectivamente.”

De facto, assim o mostram inúmeras investigações dirigidas pela associação chinesa de ciências e tecnologias, cujo presidente, Qian Xue Sun, é um físico de renome internacional.

O qi emitido pela mão dos praticantes de qigong contém mensagens de índole electromagnética, infra-sonora, infravermelha, inclusive laser, as quais se podem identificar, conhecer, com detectores apropriados: O ramdom laser, o scanner plasma, detectores infra-sónicos e infravermelhos, e ressonância magnética nuclear, são meios utilizados neste tipo de investigação.

Que é então o qi?
“Qi quer dizer energia vital. Desempenha um papel muito importante na actividade biológica do ser humano e não deve ser desprezado. Se alguém despreza o qi despreza a sua própria vida; se conseguir controlá-lo será mestre do seu próprio destino”.

“Qi e sangue circulam conjuntamente: o qi nos meridianos de acupunctura, o sangue nos vasos sanguíneos”.

A prática do qigong, ou seja, da “arte de manipular com êxito a energia”, tem como objectivo prolongar a vida e desenvolver a inteligência. Permite a quem o pratica insistentemente aplicá-lo à sua própria vida.

Autor
Deolinda Fernandes, ESMTC. (Especialista de Medicina Tradicional Chinesa).